26 dezembro 2012

TAG: Livros + Emoções, por Cams

Postado por O Poeta Morre na Folha dia 26.12.12
Originalmente feita em vídeo, mas que não faremos por conta de outro vídeo já programado para essa semana (fiquem atentos!). Foi criada pelo vlog Padfoot & Occasionally Prongs e traduzida pela Tati Feltrin - Tiny Little Things. Não se esqueçam de comentar, queremos saber se concordam com algumas de nossas "emoções" e quais são as de vocês. Não esqueçam também de ver a resposta da Mandy para essa TAG.



1) Feliz?
Por muito tempo, eu ouvi indicações de pessoas que ficaram maravilhadas com essa série. Demorei um bocado para lê-la, pois o preço é um pouco salgado. Acredito que a maioria tenha feito o mesmo que eu: comprou três livros ao invés de comprar o primeiro de Sociedade Secreta. Presumo que seja o primeiro, já que é impossível se preocupar com o orçamento depois de experimentar essa vida de caloura e de sociedade! Amy Haskel é uma protagonista hilária! Forte, corajosa, insistente e absurdamente esquiva quando não gosta de alguém. Dei boas risadas com os livros. Sou Team Poe, afinal, o Puck eu quero pra mim, garotas. 

"1) Ah, cara, você está tão em público agora....
5) Ele está na mesma sociedade que... – Ah, meu Deus, ele enfiou a mão por baixo da minha blusa! 
Um giro com o pulso e meu sutiã se abriu. No corredor. Cercado por secundaristas bêbados.

2) Triste?
Me perdoem, mas irei trapacear nessa emoção. Preciso dos três. O primeiro deles é A Lista Negra, de Jennifer Brown, que retrata o bullying e é uma história comovente e linda (de maneira triste) que me conquistou esse ano. O que aconteceria, caso você desejasse a morte de alguém, e isso viesse a acontecer? E pior, muito pior, e se de repente o assassino fosse alguém que você ama? Certo, esse é o primeiro impacto que o leitor sofre assim que mergulha na história de Valerie Leftman, namorada do atacante. É impossível não se afeiçoar aos personagens, não torcer, não ficar nervosa e trêmula ao virar de cada página. E lágrimas, lágrimas, lágrimas. Tantas. Quantas vezes assistimos jornais na tevê, reportagens que nos impressionam sobre o assunto, mas não enxergamos o que há por trás da tragédia? Pois bem, foi como me senti. E enxergar, principalmente, que ali ninguém era mais vítima ou mais culpado do que o outro. 

"Chorei e xinguei minha mãe quando cheguei em casa e vi que minha camiseta não estava mais lá. Ela não entendeu nada — que a camiseta não pertencia a Nick, o assassino, mas a Nick, o cara que me fez uma surpresa com ingressos para o show do Flogging Molly quando eles vieram tocar no Closet. Nick, o cara que me ergueu nos ombros quando eles tocaram "Factory Girls". Nick, o cara que teve a ideia de comprarmos uma camiseta em sociedade e a dividirmos. Nick, o cara que usou a camiseta até chegarmos em casa e, depois, tirou-a, deu-a para mim e nunca mais a pediu de volta."

A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak, esse livro será um clássico dentro de alguns anos. Uns odeiam, outros amam. Eu estou do lado de quem ama e admira esse trabalho incrível. É preciso lê-lo no momento certo. Não basta terminar um livro como "As Crônicas de Gelo e Fogo" e escolhê-lo como próxima leitura. Precisa de um momento consternado com a vida, apenas para levar um tapa na cara e ver que poderia ser pior. Bem pior. E também para aprender algumas lições básicas de respeito e compaixão, de história e vergonha. Max é meu queridinho e a Liesel é uma das protagonistas mais lindas que já tive o prazer de conhecer. Tão triste, tão comovente, tão impressionante que até a Morte parou o que estava fazendo e assistiu. O livro é uma poesia baseada em crueza real.

"Como a maioria dos sofrimentos, esse começou com uma aparente felicidade." 

E aí vem, claro, A Culpa é das Estrelas, de John Green. O cara sabe como matar alguém por dentro, e fazer com que todo o sentimento fique estrangulado na garganta como um nó, até que você não consegue mais aguentar e simplesmente... cai. Foi assim que me senti. Despencando, caindo, caindo. O livro é lindo, apesar de tudo e talvez exatamente por tudo. Li em algumas horas, esperando o final arrebatador que eu sabia que viria, sabia que ficaria triste com o final e já estava conformada com todo o roteiro que eu tinha CERTEZA que terminaria de um jeito X, tanta certeza disso. Só que não. É, isso mesmo, X estava para acontecer, e, de repente, não. Não era X. Era Y e Z. Era o impossível, o impensável! E me fez explodir de dentro para fora, literalmente. Nas últimas cem páginas eu só sabia chorar, chorar, chorar, e quando terminei, lembrava do livro e chorava outra vez.

“(...)Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.”

3) Nervosa (com raiva)?
Esse, sem dúvida é Crescendo, da Becca Fitzpatrick. Assim que li Sussurro, o primeiro livro da série, eu fiquei muito ansiosa pela continuação e contei os dias para vê-la nas livrarias. Eis que o momento chegou, troquei todas as minhas leituras pelo segundo livro da série Hush Hush e simplesmente fiquei tão empolgada que o devorei em três horas... Só que não. Eu estava tão absorta que desejei que nada atrapalhasse, mas sabe quando você não consegue prestar atenção no livro? Quer pegar uma bolacha, ouvir uma música ou ficar na internet, talvez até sair com os amigos? Então. Foi o que aconteceu comigo. Fiquei com muita raiva. A Nora estava muito desconfiada, mimada, infantil, patética... e o Patch, ah, céus! Por que fazer aquelas coisas com a menina? Mas, claro, o final foi de tirar o fôlego e compensou um pouquinho a frustração que senti com a história.

"— Ligue para Scott e diga que seu gato está vomitando intestinos de rato e que você precisa levá-lo ao veterinário depois da aula.
— Ele esteve aqui ontem à noite. Sabe que não tenho um gato.
— Então, a menos que ele tenha espaguete cozido no lugar do cérebro, ele vai entender que você não está interessada."

4) Nostálgica?
Marina, de Carlos Ruiz Zafón, que, além de ser o meu livro favorito de todos os tempos, as pessoas têm comentado muito sobre ele comigo. Parece que onde quer que eu vá, alguém está falando de Marina. Ou pedindo uma opinião. Ou simplesmente comprando essa obra maravilhosa. Então, cá entre nós, minha vontade é deixar todas as leituras de lado para relê-lo. Uma saudade infinita e eterna de Zafón, principalmente quando me sinto longe de suas palavras. O homem sabe como mexer comigo, como me envolver, como me deixar em êxtase pela resolução do quebra-cabeça. Marina tem todo um quê mais melancólico que Zafón não mostrou em O Jogo do Anjo, A Sombra do Vento ou em O Prisioneiro do Céu. É meu dengo da estante, queridinho, bebê, amor maior. ♥

"O tempo faz com o corpo o que a estupidez faz com a alma. Apodrece."

5) Assustada?
Encarcerados, de Alexander Gordon Smith, ah, meu Deus... Só de colocá-lo aqui sinto um calafrio. A leitura é de tirar o fôlego, frenética, absurdamente claustrofóbica e me deixou em pânico por várias e várias páginas. Ainda bem que a Penitenciária de Furnace é inventada, pertence aos personagens e apenas a eles. Embora muitas vezes tenha sentido uma emoção peculiar e diferente com o protagonista, e por ele, eu não desejaria aquilo para ninguém. Esse livro causa sentimentos contraditórios, porque é fácil sentir dó do Alex, ao mesmo tempo que é bom vê-lo pagando pelas atrocidades cometidas em sua vida "livre." Um dos melhores do gênero, espero ler Solitária em breve.

"(…) Desafio até mesmo o adulto mais corajoso a passar uma noite em um lugar como a Penitenciária de Furnace, no mais escuro breu, sem pensar que cada ruído é algo bem atrás de você, com dentes como punhais, olhos prateados e hálito exalando sangue; que todo sopro de ar que percorre sua pele é a investida de uma lâmina implacável; que cada mínimo movimento é um fio de escuridão se envolvendo em sua garganta e se enroscando na profundidade de suas entranhas, onde vai se banquetear com a sua alma."


6) Surpresa?
Silêncio, Becca Fitzpatrick. Depois do fiasco de emoções que senti com o segundo livro, eu confesso que não estava tão animada para ler o próximo. Demorei um bocado e tanto para lê-lo, mas o fiz. Se em Crescendo eu me deixei levar pela raiva, no terceiro livro a leitura pegou fogo! A Becca sempre introduz o leitor à história e depois de um tempo faz com que tudo exploda. Agora não. Tudo está mil vezes mais intenso e mais arrebatador entre Pacth e Nora. E isso, ah, isso me surpreendeu. Esperava não gostar tanto assim, mas a verdade é que mergulhei na história e me senti prestes a relê-lo minutos após o fim. Repleto de uma ação inesperada e com reviravoltas capazes de prender o leitor por meses incansáveis de espera por Finale, o último livro da série.

"— Pare com isso.
— Já que estamos no nível primitivo, seu cheiro é bom.
— O nome disso é chuveiro… Sabão, xampu, água quente.
— Nua. Sei como é."


7) Desapontada?
Uns não vão concordar comigo, porém... Acho que não preciso nem pensar: Em Chamas, de Suzanne Collins. Vamos deixar uma coisa bem clara: isso não quer dizer que não tenha gostado do livro. Pelo contrário, as duzentas últimas páginas foram como vento fresco para mim. Mas a Suzanne se perdeu até a metade do livro... Nada acontecia, nada realmente necessário era escrito ou descrito, a autora só descrevia bobagens. O sabonete da Katniss, o vestido dela, a depilação e mais um turbilhão de coisas que você não leva tanto tempo para contar. Depois de um livro bombástico e fascinante como Jogos Vorazes, vejam bem, eu não podia esperar nada menos do que aquilo. Graças a Deus, a autora encontrou o eixo e pôs os tributos na linha de fogo no final! Conheci o Finnick, então valeu a pena.

"Você poderia viver cem vidas e ainda não merecer aquele cara, sabia?"

8) Angustiada, aflita, agoniada...?
Ladrão de Almas, de Alma Katsu. Não sei nem o que falar, sério. É louco, insano, obsessivo. Tem resenha aqui no blog, basicamente o livro me deixa aflita, angustiada, agoniada e torturada emocionalmente. A história não é fácil de ser absorvida, não trata de assuntos confortáveis, que você discutiria com sua melhor amiga num dia de verão, por exemplo. Lanore chama o que sente por Jonathan de amor, mas o leitor começa a se questionar até que ponto isto é amor ou se torna loucura. Chega a ser incrível como o excesso de sentimento pode acabar com uma pessoa. Como pode se tornar escrava (o) da beleza, da perfeição. Fiquei assustada também com a crueza do livro. Recomendo para quem deseja algo mais adulto. Não é para qualquer um, não mesmo. 

"No entanto, era como estar apaixonado pelo Sol: brilhante e inebriante quando perto, mas impossível de mantê-lo só para si."

9) Confusa? Já posso sentir as pedras, os tijolos, as vaias. Eu não queria que esse livro estivesse aqui, nessa categoria. Soul Love - À noite o céu é perfeito, de Lynda Watherhouse, eu esperei muito por X e Y aconteceu. Se X tivesse acontecido, sem dúvida teria sido melhor. Adoro esse livro, não quero que pensem o contrário, porém a Lynda se perdeu bruscamente no final. É como se ela não o tivesse feito... Não posso me explicar ou soltarei spoiller. O que quero dizer com "confusa", é que eu me sinto confusa a respeito do que sinto por aquele final. Não sei se gostei só um pouquinho ou odiei por inteiro. Uma mistura dos dois. Ainda assim recomendo a leitura, vale experimentar esse romance lindo entre Gabe e Jenna.

"Essa é uma das coisas que as pessoas não nos ensinam quando falam de crescer: como lidar com as dores que não passam com um beijo."


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